quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

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Cebolinha: HQ "O Espílito"

Compartilho uma história divertida em que o Cebolinha finge que morreu e se passa por fantasma para aterrorizar a Mônica. Foi publicada originalmente por volta de 1978 e que eu li pela primeira vez republicada no 'Almanaque do Cascão Nº 4' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 4' (Ed. Globo, 1988)

Começa o Cebolinha mostrando a língua para a Mônica em cima de um buraco que ficava a beira de um precipício. Ela corre para bater nele, mas como ele se esconde em baixo do buraco, ela pensa que sumiu. Lá, Cebolinha xinga a Mônica de dentuça, e quando ela põe a mão no buraco, Cebolinha pega um tomate, fazendo com que ela esmague e pense que matou o Cebolinha ao ver a mão suja de "sangue". Ele ainda grita e a Mônica acredita, fica com culpa, pensando que vai ser presa.


Quando Mônica está prestes a ir à delegacia para se entregar, Cebolinha enche um balão e coloca um lençol em cima para dizer que o seu espírito voltou para assombrar a Mônica. Cebolinha pergunta por que ela fez isso com ele. Mônica fala que não queria fazer nenhum mal a ele e o Cebolinha diz que agora vai assombrá-la pelo resto da vida.

Mônica fala que ele já era feio quando vivo e agora que estava morto não aguentaria. Por isso faria qualquer coisa para ele não assustá-la. Então, Cebolinha, manda a Mônica levar para ele um sorvete de baunilha com creme, para começar. Mônica desconfia, querendo saber que desde quando fantasma gosta de sorvete. Cebolinha diz que no além faz muito calor e se ela não for buscar, vai assombrá-la.


Mônica vai buscar o sorvete correndo e quando volta, o Cebolinha manda colocar no buraco. Enquanto toma o sorvete, ele manda a Mônica buscar cachorros-quentes e batatas-fritas porque fantasmas também têm fome. Ela traz e aí na hora que ele pede mais exigências para a sobremesa, um passarinho encosta no lençol e estoura o balão.

Cebolinha não viu e continua falando e, então, a Mônica descobre toda farsa ao abaixar a cabeça no precipício. Ela fica passada e puxa o Cebolinha com força pela corda que estava segurando o balão. No final, Cebolinha precisa ficar internado no hospital de tanto ter apanhado, com a enfermeira falando ao médico que ele tem recaídas de vez em quando de ficar gritando. Era quando a Mônica passava com um "fantasma" em frente ao hospital, deixando o Cebolinha traumatizado.


É uma história legal com o Cebolinha fazendo a Mônica de boba, bem típico nos seus planos infalíveis, sendo dessa vez aproveitando o medo dela de fantasmas e assombrações. Até a Mônica descobrir tudo e bater nele no final. De uma época que a MSP só se preocupava em divertir os leitores, sem se preocupar com  politicamente correto. Afinal, temas de morte não são aceitas ultimamente, nem que seja de brincadeira como foi nessa história, e por isso infelizmente não fariam uma história como essa. 


Os traços também são muito bons, bem característicos dos anos 70. Na postagem a coloquei completa. A principio até dava impressão que seria uma história muda, mas logo depois a gente vê os diálogos tradicionais. Dessa vez, o plano infalível não teve participação do Cascão. Até podia pensar que por causa disso podia dar certo, mas sempre aparece algo para estragar e dessa vez foi um passarinho na hora errada, para o desespero do Cebolinha.

Falando em Cascão, pode estranhar uma história do Cebolinha em um Almanaque do Cascão. Isso aconteceu porque esse almanaque é de 1988 e as histórias do Cascão que eles estavam republicando eram dos primeiros números dele de 1982/ 83. Para não encherem de histórias recentes de 5 a 6 anos, até então, preferiram colocar essa história mais antiga do Cebolinha do que uma recente do Cascão. Nesse almanaque tem também uma da Mônica do final dos anos 70, assim como os dos secundários.


Outra coisa interessante que dá para reparar são várias propagandas inseridas de formatos reduzidos na história, que fiz questão de manter na postagem. Isso era muito comum nos gibis da Editora Abril e nos primeiros da Globo. Tinham muitos anunciantes e essa era uma alternativa para aparecer mais anúncios nos gibis. Quando eram inseridas assim, sempre em finais de páginas, ocupavam de uma forma que representava 1 página do gibi.

Tipo, a propaganda do chocolate "Batom" e do gibi do Cebolinha ocupam o espaço de 2 quadrinhos nas horizontais, e a do Chico Bento, 4 quadrinhos nas horizontais. No total, era 1 página a mais da história. A história ocupou 5 páginas do almanaque, mas na verdade tem 4 páginas no total, se não tivessem propagandas inseridas. Provavelmente na revista original, não tinha propagandas inseridas, pelo menos nessa história. Acontecia também nos gibis mensais, e aí nas republicações não tinha propagandas inseridas.
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Rolo: HQ "No flagra"

Mostro uma história divertida em que o Rolo se meteu em encrenca quando resolveu pegar uma mulher enquanto a sua namorada estava viajando. Com 7 páginas, foi publicada originalmente em 'Mônica Nº 180' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Mônica Nº 180' (Ed. Abril, 1985)

Rolo convida Sandrinha, uma amiga dele, para visitá-lo em sua casa, com a intenção de ficar com ela, aproveitando que a sua namorada estava viajando. Sandrinha aparece e, sem saber da sua verdadeira intenção, diz a ele que só foi porque ele disse que não está namorando, porque a outra garota ia ficar com ciúme com ela visitando a casa do namorado, mesmo que seja uma visita de  amizade.

Sandrinha ainda pede para confirmar se o Rolo não está namorando, e ele responde que está livre como um passarinho. Nessa hora, ele pensa, reconhecendo que é um cara-de-pau, que está saindo com a Martinha e se a Sandrinha soubesse, não ira visitá-lo e como sabe que está viajando, acha legal a cena que seria se a Martinha tocasse a campainha naquela hora.

 Rolo ri alto enquanto pensa e a Sandrinha pergunta o motivo da risada. Ele se enrola e fala no nome da Martinha e se engasga. Sandrinha pergunta do que ele a chamou, quando na hora a campainha toca. Primeiro, sente aliviado por tocar, pensando que tem que tomar cuidado. Quando atende a porta, dá de cara com a Martinha, que não foi viajar e resolveu visitá-lo.

Rolo fica com medo de ser flagrado com outra mulher e bate a porta na cara dela. Ele volta para sala e a Sandrinha pergunta quem era. Desorientado, diz que não era ninguém. A campainha volta a tocar insistentemente e a Sandrinha avisa que "ninguém" voltou a tocar. Rolo responde que não está ouvindo nada, colocando o dedo no ouvido dela. Ela afirma que está tocando e não está dando pra conversar. Enquanto Rolo fala que eles não precisam conversar, Sandrinha se levanta para atender. Quando ela atende, Rolo se ajoelha confessando que é um canalha. Mas, na hora, a Martinha não estava mais lá.

Rolo fica aliviado, e a Sandrinha fica sem entender nada. Nessa hora, Martinha aparece, falando que entrou pela porta dos fundos. Rolo, então, bate a porta, deixando a Sandrinha do lado de fora. Rolo diz que não atendeu porque a porta estava encrencada e a Sandrinha toca a campainha. Martinha grita, dizendo que a porta está encrencada. E o Rolo imediatamente a empurra, mandando ela ir lá fora tentar a porta para ele.

Sandrinha abre a porta furiosa e toma satisfações com o Rolo querendo saber por que a deixou do lado de fora e não abriu depois e que voz de mulher era aquela. Ele dá desculpa que está crescendo e a voz está mudando. Sandrinha responde que ele já é um marmanjo, quando a campainha volta a tocar. Ele avança na porta e diz que ninguém vai abrir a porta porque é ele quem manda na casa dele. Sandrinha lança um olhar de gelo para ele, que deixa ela abrir. Antes, implora para não abrir porque pode ser um bandido, um cão raivoso ou um monstro.

Quando a Sandrinha abre, tem a surpresa que ela e a Martinha se conheciam. Elas eram amigas de infância que não se viam há algum tempo e se abraçam. Rolo tenta se explicar, dando desculpas e as duas mandam calar a boca. No final, as duas ficam conversando e fofocando sobre o pessoal das antigas e deixa o Rolo brabo de lado no braço do sofá, sem nada o que fazer.

É uma história muito engraçada, mostrando o verdadeiro Rolo "pegador" que conhecemos, envolvido em confusão com a mulherada. Dessa vez, em vez uma só mulher, resolveu pegar duas ao mesmo tempo e se deu mal. Na postagem, a coloquei completa. Muito legal ver o Rolo se orgulhando em ser canalha em querer ficar com as duas e as desculpas que dava para elas, para uma não saber da outra. E o final das mulheres já se conhecerem foi surpreendente. Até dava para imaginar que ele ficaria sem as duas no final, mas não que elas se conheciam. Muito bom.

As histórias mais divertidas do Rolo são essas assim com ele mulherengo e as confusões que se metia por causa disso. Em cada história ele aparecia com uma mulher diferente, ou pegando várias mulheres na mesma história, tentar ficar com alguém comprometida, ou ainda enrolar a namorada por não ter dinheiro na noite do encontro. Hoje isso tudo é evitado, já que não é politicamente correto. Interessante também que o Rolo só pegava mulheres gatas, e quando aparecia alguma feia, ele corria. 

Os traços são excelentes, do estilo consagrado do Rolo, que nunca devia ter mudado. Aliás, ela foi toda muito bem desenhada, por sinal. Enfim, uma história que vale a pena relembrar.

Essa história foi republicada no 'Almanaque do Cascão Nº 27' (Ed. Globo, 1994), que foi onde eu a li pela primeira vez e de onde eu tirei as imagens da postagem.

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 27' (Ed. Globo, 1994)
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Personagens Esquecidos 10: Seu Juca


Nessa postagem, eu falo sobre o Seu Juca, um personagem que ficou no limbo do esquecimento por muito tempo e que voltou anos depois.

Seu Juca é um personagem esquizofrênico que desenvolveu um trauma com as crianças da Turma da Mônica, que aprontam tanto com ele, mesmo que sem intenção algumas vezes, e por isso acaba ficando louco por causa deles, sendo internado no hospício.

Ele aparece sempre com uma profissão que aparentemente não tem a menor chance de encontrar com os pestinhas da Turma da Mônica. Mas, para a sua surpresa e o seu desespero, eles apareciam de repente. Enquanto fazia de tudo para se livrar da turminha, eles aprontavam e o Seu Juca começava a ficar com raiva. Como não tem paciência com as crianças e não bate bem da cabeça, Seu Juca acabava enlouquecendo, rindo sozinho e precisava ser levado para o hospício. Ele se recuperava e voltava a exercer um emprego novo, mas voltava a encontrar com os pestinhas, começando tudo de novo. E a turminha não se mancava que ele ficava louco por causa deles.

Sua estreia foi em 1975 na história "A máquina automática", de 'Mônica Nº 65' e tinha traços completamente diferentes. Era loiro e com barba, mas já mostrava o seu desespero em só ver a Mônica. Abaixo, um trecho da história "O vendedor", de 'Mônica Nº 72', de 1976, mostrando como era o Seu Juca quando foi criado. A imagem peguei na internet, já que não tenho esse gibi e não li essa história:

Trecho da HQ "O Vendedor": Seu  Juca com traços diferentes

Em 1977, na história "Um passarinho ensinado", de 'Mônica Nº 88', Seu Juca já estava com traços que estamos acostumados, com bigode e cabelos pretos, embora encaracolados. Provavelmente, uma das primeiras com traços assim. Abaixo, um trecho dessa história, com imagem tirada da internet:

Trecho da HQ "Um passarinho ensinado"

Ao longo da fase da Editora Abril, Seu Juca teve várias profissões. Já foi bombeiro, taxista, jardineiro, pintor, vendedor, ermitão, mágico, acrobata de circo, técnico de manutenção de telefone, leitor de texto de teatro, limpador de esgoto,  barbeiro, veterinário, astronauta, motorista de ônibus, mecânico, entre outras. Engraçado que aceitava profissão de qualquer nível de escolaridade, o importante era não se encontrar com a turminha. Só que tudo em vão, porque sempre se encontra com eles.

As crianças gostavam do Seu Juca, ficavam felizes quando o via, mas ele não podia vê-los nem pintados, tamanha a sua fobia pela turminha. Era só ver pelo menos um deles que já ficava desesperado, às vezes com tique-nervoso, como se tivesse visto uma assombração, como pode ser visto na história "Jukandrake", original de 'Cebolinha Nº 92' (Ed. Abril, 1980), republicada em 'Almanaque da Mônica Nº 29' (Ed. Abril, 1986) e em 'Almanaque do Cebolinha Nº 7' (Ed. Globo, 1989). Nela, o Seu Juca virou mágico e vê a Mônica e Cebolinha na plateia. Eles percebem que era o Seu Juca e vão falar com ele, estragando os números de mágica, além de tudo que o Seu Juca fazia passava a dar errado.

Trecho da HQ "Jukandrake"

Seu Juca sempre se dava mal nas histórias, mas em algumas das suas primeiras histórias dos anos  70, ele conseguiu se livrar dos pestinhas, como aconteceu em "Novamente Seu Juca", de 'Mônica Nº 92' (Ed. Abril, 1977) e republicada em 'Almanaque da Mônica Nº 18' (Ed. Globo, 1990). Nela, Seu Juca se torna pintor de quadros e encontra a Mônica por acaso. Ela exige que seja modelo da sua pintura, apronta com ele, como se aproximar da tela para ver ele pintando e se finge de morta pensando que ele queria pintar natureza morta.

Até que chegam Cebolinha e Cascão e tacam pedra na tela quando brincavam de jogar pedra mais longe. Seu Juca resolve pintar os 3 e pede pra se afastarem um passo pra trás e cada vez mais se distanciam e aí finalmente consegue se livrar deles, que chegam à África. Como era ainda as primeiras histórias, o roteirista deixou o Seu Juca se dar bem nessa, para variar um pouco, mas o normal era mesmo ele ficar louco no final.

Trecho da HQ "Novamente Seu Juca"

Outra clássica em que ele de seu muito mal foi quando Seu Juca foi limpador de esgotos em "O Seu Juca tá num buraco", (republicada em 'Almanaque do Cebolinha Nº 11' - Ed. Globo, 1990). Ele estava feliz por limpar o esgoto e se livrar dos diabinhos, quando é sugado pelo cano. Seu Juca estava embaixo do ralo do banheiro do Cebolinha, que estava desentupindo. Ele se desespera por ver o Cebolinha, que ainda sobe no seu Seu Juca para tomar banho antes de se encontrar com a Mônica o sabonete cai na boca do Seu Juca. Forma espuma no banheiro e o seu Juca volta ao esgoto se tornando louco de novo.

Trecho da HQ "O Seu Juca tá num buraco"

Uma coisa interessante é que não costumava aparecer todo mês nos gibis. Para ter uma coerência, levava alguns meses para voltar a aparecer, para justificar o tempo que estava no hospício, até voltar curado com uma profissão nova. O que era bom para não se tornar cansativo. E em algumas bem raras ele não exercia profissão, só contracenando com os personagens.  

Outra curiosidade comum nas histórias antigas, é que ele lembrava a sua última aparição, mostrando que ele ficou louco e foi parar no hospício por causa dos pestinhas, ou até mesmo o que realmente aconteceu na última história que havia aparecido. Por exemplo, na história "Quase se esqueceram do Seu Juca", republicada em 'Almanaque do Cebolinha Nº 8' (Ed. Globo, 1990), quando Seu Juca foi técnico de manutenção de linha telefônica e ficou preso na fiação da rede elétrica com as linhas das pipas do Cebolinha e do Cascão, ele lembrou que na sua aparição ficou entalado no ralo do banheiro Cebolinha, na história "O Seu Juca tá num buraco".

Trecho da HQ "Quase esqueceram do Seu Juca"

Quem aparecia para perturbá-lo era a Mônica, o Cebolinha e o Cascão. Apareciam os 3 juntos, ou só a Mônica, ou só o Cebolinha, ou Mônica com Cebolinha, ou  ainda Cebolinha com Cascão. Na fase Abril, o Cascão nunca o perturbou sozinho e a Magali apareceu apenas 1 vez, junto com os 3, na história "Toc-Toc do Seu Juca", de 'Cebolinha Nº 86' (Ed. Abril, 1980) e republicada no 'Almanaque do Cascão Nº 12' (Ed. Abril, 1986), em que ele foi um maestro. Como a Magali ainda não era uma grande personagem e fazia mais participação nas histórias na época, aí não costumavam colocá-la contracenando com o Seu Juca.

Suas histórias antigas da Editora Abril costumavam sair no miolo, apenas a história "Os exploradores", de 'Cebolinha Nº 58', de 1977, foi na abertura. E em algumas vezes, foram divididas em capítulos, como aconteceu em "O Barbeiro do Seu Juca" (republicada em 'Almanaque do Cebolinha Nº 16' - Ed. Globo, 1992), "O Trauma do Seu Juca" e "Quase se esqueceram do Seu Juca", sendo esta interligada com a do Bidu. 

"O trauma do Seu Juca", original de 'Cebolinha Nº 142' (Ed. Abril, 1984) e republicada no 'Almanaque do Cebolinha Nº 32' (Ed. Globo, 1996), foi dividida em 2 partes. Na primeira, o carro dos pais do Cebolinha dá defeito no meio da estrada e ele aparece como mecânico. Ao ver o Seu Cebola, ele acha que já viu aquele cabelo em algum lugar, mas se tranquiliza, até ver que o Cebolinha e a Mônica estão no banco de trás do carro. Ele fica com tique-nervoso, mas antes deles começarem a perturbá-lo, Seu Juca consegue contornar e toma iniciativa que vai se tratar com um psiquiatra e quando voltarem a vê-lo, ele vai estar curado do trauma.

Na 2ª parte, intitulada de "Seu Juca se curou do trauma", ele está com psiquiatra, que mostra uma foto das crianças para o Seu Juca, até ele perder o medo. E consegue. Do lado de fora da clínica, Mônica e Cebolinha estão em frente ao consultório esperando uma consulta ao dentista e o psiquiatra os vê e fala ao Seu Juca para ir lá para provar que está curado. Quando chega lá, eles tinham saido de lá. Com um jogo de ida e volta, com o psiquiatra falando que eles estão lá e o Seu Juca falando que não estão, no final , o Seu Juca e o psiquiatra acabam enlouquecendo juntos.

Trecho da HQ "O Trauma do Seu Juca" ("O Seu Juca se curou do trauma")

Seu Juca continuou a aparecer nos gibis até em 1985. A partir de 1986, o Seu Juca infelizmente foi para o limbo do esquecimento por mais de 10 anos. O motivo nunca foi muito bem certo, talvez foi apenas por esquecimento mesmo, com novas ideias surgindo e acabou ficando de lado. Com isso, nos primeiros anos da Globo não tiveram histórias novas com ele e apenas foi visto nas republicações dos almanaques. 

Para não dizer que foi totalmente esquecido, ele apareceu supostamente em 2 capas do Cebolinha, uma como médico em 'Cebolinha Nº 23', de 1988, e depois como oculista em 'Cebolinha Nº 30', de 1989. Aliás, são aparições que ficam dúvida se eram ele mesmo, ficando a imaginação do leitor. Abaixo, essas capas com suas supostas aparições:

Capas; 'Cebolinha Nº 23' (1988) e 'Cebolinha Nº 30' (1989)

Seu Juca ficou no limbo até em 1996, quando finalmente voltou a ter histórias inéditas."Uma biblioteca do barulho", de 'Mônica Nº 117', marca a sua volta aos gibis. Nela, ele é um bibliotecário e estava feliz por ter saído do hospício, quando chegam a Mônica e o Cebolinha. Seu Juca chega a se esconder embaixo da mesa, mas eles o veem e ficam muito felizes com a sua volta e estavam com saudades. Eles estão lá para ler um livro infantil. Seu Juca os deixa sozinhos, que acabam aprontando, subindo nas estantes e conseguindo derrubar metade dos livros no chão.

Seu Juca manda organizarem tudo de novo, mas os 2 discutem e a Mônica fica correndo atrás do Cebolinha na biblioteca. Seu Juca tenta acabar com a correria deles, mas acaba derrubando várias estantes de livros. O dono chega, falando que ele tem que arrumar tudo, e acaba enlouquecendo no final.

Trecho da HQ "Uma biblioteca do barulho"

A partir daí, Seu Juca voltou a ter aparições inéditas regulares, sendo menos frequente do que na Editora Abril. Ele aparecia e depois voltava 1 ano depois, às vezes levava 3 anos para voltar a aparecer. Com o seu retorno, deixou de aparecer nos almanaques, já que pelo visto todas as suas histórias antigas já tinham sido republicadas.

Nessa nova fase na Globo, Seu Juca continuou com a mesma personalidade, exercendo profissões diversas e sendo enlouquecido no final pelos personagens. A diferença é que a Magali passou a a perturbá-lo também nas histórias com frequência, junto com a Mônica, Cebolinha e Cascão. Afinal, ela já era uma grande personagem.

A Magali chegou até a perturbá-lo sozinho, como foi o que aconteceu na história "Um restaurante muito louco", de 'Magali Nº 372', de 2004. Nela, Seu Juca é gerente de restaurante em bairro vizinho, aí a Magali aparece, come tudo sem dinheiro para pagar. Então, ela resolve ajudar no restaurante para compensar o prejuízo lavando louça e depois se tornando garçonete, causando muitas confusões, que piora com a chegada depois da Mônica, Cebolinha e Cascão. No final, seu Juca é internado no hospício e eles vão a outro restaurante, com o Louco como garçom.

Essa foi uma história de abertura bem grande, com 23 páginas, escrita pelo Emerson Abreu, já com caretas exageradas Teve uma curiosidade que a Magali não lembrava do Seu Juca, tendo uma referência a Editora Abril que praticamente não se encontravam. Mas, ela já havia aparecido em outras histórias do Seu Juca antes dessa, tanto que ele lembrava da Magali.

Trecho da HQ "Um restaurante muito louco"

Já o Cascão continuou a não contracenar sozinho com o seu Juca, apenas juntos com seus amigos, incluindo a presença da Magali. Também tiveram algumas histórias de abertura com seu Juca no Parque da Mônica, exercendo alguma função lá e, sendo irritado pelos pestinhas.

Outra novidade na Globo e que seguiu na fase Panini, foi que também a passou a ter crossover com outros personagens fora o quarteto. Já tiveram, então, histórias com o Chico Bento, Turma da Mata, Turma do Penadinho e Dudu perturbando o seu Juca, cada um do seu estilo. Desses crossovers, destaco um trecho da história "Seu Juca no cemitério", de 'Mônica Nº 56' (Ed. Panini, 2011), quando o seu Juca foi coveiro e foi perturbado pelo Penadinho e sua turma.

Trecho da HQ "Seu Juca no cemitério"

Nos últimos anos, a sua presença está mais constante, inclusive mais do que na Editora Abril, aparecendo até de um mês para o outro. Os enredos são um pouco diferente, adaptados ao politicamente correto, as crianças não aprontam nem a metade como fizeram antigamente, girando mais nos personagens querendo "ajudar" de uma maneira torta, ou seja, atrapalhando mais do que ajudando, de forma bem simples. Outra grande diferença na Panini é que o Seu Juca não vai mais para um hospício, e, sim para "casa de repouso". E andam investindo em crossover com a Turma do Penadinho, sempre como segurança, tirando a criatividade nas histórias.

Sem dúvida, o Seu Juca é um personagem muito legal, pena que ficou no limbo por 11 anos, mas felizmente voltou. Ultimamente não tem mais aquele brilho como era na Editora Abril e nas suas primeiras aparições na Globo, foi tudo amenizado por causa do politicamente correto, mesmo assim ainda é bom ver suas histórias nos gibis.

Termino com algumas capas que tem as histórias citadas na postagem:

Capas: 'Almanaque do Cebolinha Nº 7' (1989), 'Almanaque do Cebolinha Nº 8' (1990), 'Almanaque da Mônica Nº 18' (1990), 'Almanaque do Cebolinha Nº 11' (1990), 'Almanaque do Cebolinha Nº 32' (1996), 'Mônica Nº 117' (1996), 'Magali Nº 372' (2004), 'Mônica Nº 56' (2011)
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Cascão 50 Anos



Foi lançado o livro especial "Cascão 50 Anos". Desde 2009, a MSP lança livros especiais de capa dura com seus personagens principais que completaram 50 anos de criação. Já teve um do Bidu, um do Cebolinha, do Chico Bento e agora com o Cascão, mesmo com 2 anos de atraso, já que ele foi criado em 1961.

Na capa desse especial, usaram elementos das capas de "Nº 1" das 3 editoras. Cascão e o Chovinista com as expressões na "nº 1" da Ed. Abril de 1982, o famoso guarda-chuva florido usado na "nº 1" da Ed. Globo de 1987 e o Cascão de super-herói na nº 1 da Ed. Panini de 2007. Ficou legal.

O preço custa R$ 58,00, assim como foi o especial do Chico Bento e acho um pouco caro, em vista do que foi os do Bidu e do cebolinha que custaram R$ 39,90 cada. Assim como os outros, o livro abre com apresentação, curiosidades e capas clássicas. Gostei das capas mostradas, com destaque para o 'Gibizinho do Cascão nº 3', de 1991 e o 'Coleção Um Tema Só nº 5', de 1993.

Agora sobre a histórias (sempre republicações e a última inédita com a Turma da Mônica Jovem), até agora todos ficaram a desejar em relação a histórias, com exceção do Bidu. Esse do Cascão eu achei mais ou menos. Não tem nenhuma história clássica, mas muitas delas são divertidas.

A relação das histórias publicadas nele, com o número da edição e ano de cada foram essas:

  1. Os Terríveis Esfumaçantes (CC # 42 - Ed. Abril, 1984)
  2. A Sobrinha que Veio Limpar o Cascão (CC # 49 - Ed. Abril, 1984)
  3. Lava O Prato, Lava (CC # 55 - Ed. Abril, 1984)
  4. O Cascãozão (CC # 57 - Ed. Abril, 1984)
  5. O Mistério do Cascão (CC # 59 - Ed. Abril, 1984)
  6. Gibis, Pra Que Te Quero (CC # 78 - Ed. Globo, 1990)
  7. O Rei do Deserto (CC # 80 - Ed. Globo, 1990)
  8. Reflexo Rápido (CC # 81 - Ed. Globo, 1990)
  9. Final Infeliz (CC # 83 - Ed. Globo, 1990)
  10. Realize Meu Sonho (CC # 85 - Ed. Globo, 1990)
  11. Irmão Cascão (CC # 359 - Ed. Globo, 2000)
  12. A Tatuagem do Capitão Pitoco (CC # 365 - Ed. Globo, 2001)
  13. Vem Tomar Banho
  14. Montarias
  15. Campo de Guerra (CC # 40 - Ed. Panini, 2010)
  16. O Primeiro Banho do Cascão (inédita, estrelada pela Turma da Mônica Jovem)

Como devem ter percebido, foram muitas histórias de um mesmo ano, prevalecendo histórias de 1984 e 1990. Histórias da Editora Abril só foram de 1984, já começando pela edição nº 42. O que fica parecendo é que tiveram preguiça de procurar histórias. Já era de se esperar não ter história antes de 1982, como foi com o "Chico Bento 50 Anos", o que já acho um erro, começar com 1984 pior ainda.

Não entendo porque não colocaram histórias dos anos 70, antes dele ganhar revista própria. Seria interessante para comparar os traços. Nesse aspecto ficaram devendo, muitas histórias boas ficaram de fora. Essa 1ª história ainda sobre poluição, toda moralista.É boa, se comparando ás atuais, mas na época tiveram histórias melhores. Dentre as da Ed. Abril, a melhor é "Lava o prato, lava", essa sim digna de Cascão.

As histórias de 1990 muito boas, destaque para "O Rei do Deserto", muito bem elaborada, e a história "Final infeliz" é muito engraçada. Gosto também da "Realize meu sonho". Podia ter histórias de outros anos e terem privilegiado traços diferentes em cada uma, pois ficaram muito parecidos uma história com a outra. As histórias "Irmão Cascão" e"Tatuagem do Capitão Pitoco" achei normais.

Contracapa

O que estragou o especial foi depois da história do capitão Pitoco. Duas histórias mudas longas e a última da Panini de 2010 não tem nada a ver. Não era pra ter nem história muda nesses especiais, imagina longa de 6 páginas cada. Juntando com a história"Reflexo Rápido", são 3 histórias mudas na edição. Com a diferença q a história de 1990 são só 4 páginas, e essas 2 mais novas são 6 páginas. Acredito que são da Panini, ou final da Globo. E história "Campo de Guerra" também inadmissível. Além de muita nova, é muito chata. Se fosse pra colocar história da Panini que colocassem de 2007 então.

Quanto a história com Turma da Mônica Jovem, não acho que nem devia ter histórias deles nesses especiais. Fica ocupando espaço e podiam republicar outras histórias antigas e boas. Como não gosto de TMJ, sempre não vou gostar das histórias. Ainda mais com o tema de Cascão tomar banho realmente, tira a essência do personagem.

Então no geral achei bom, fora esses deslizes no final, bem ou mal mostrou o pavor dele à água, embora ficou faltando outros núcleos dele como o Doutor Olimpo e histórias de futebol. Também nenhuma história favorecendo o politicamente incorreto, como brincando com lixo, se escondendo na lata de lixo, etc. Já era de esperar isso também, infelizmente. Esse especial ficou melhor que o do "Chico Bento 50 Anos", mas sem dúvida o melhor até agora foi o do Bidu.

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Cascão 50 Anos: Mudanças em Histórias


Eu já tinha feito um comentário aqui sobre a minha opinião da edição "Cascão 50 Anos". Só que eu ainda não tinha lido ainda na ocasião, foram comentários gerais, como eu conhecia a maioria das histórias, achava que eu podia comentar. Eu nem iria mais falar sobre essa edição, mas quando eu estava lendo, vi várias mudanças que eles fizeram em relação às histórias originais. Se fosse em apenas uma história tudo bem, mas foram em 4 histórias. É tanto absurdo que mudaram que eu resolvi falar desses absurdos do livro.

A pior mudança foi na história "Lava o prato, Lava" (CC # 55 - Ed. Abril, 1984). Essa é revoltante. Na trama, Cascão e Cebolinha estavam almoçando e a mãe do Cascão informa que a empregada não foi trabalhar e eles tinham que lavar a louça. Na hora que o Cebolinha fala que o Cascão não quer lavar a louça, a mãe do cascão fala ele que é um bom menino e que nunca se recusaria a ajudá-la. Aí vem o absurdo da mudança. 

Na revista original, ela mostra o chinelo para dizer que o Cascão apanharia se ele ousasse não lavar a louça, e agora em "Cascão 50 Anos" simplesmente redesenharam a cena, tirando o chinelo da mão dela e colocaram no lugar ela apontando o dedo dizendo que ele ficaria uma semana sem jogar videogame. Na outra cena, a mesma coisa: quando o cascão fala que nada vai fazer com que ele mexe na água, eles tiraram ela mostrando o chinelo, redesenhando apenas ela apontando o dedo. como assim?

Imagem original, tirada do Almanacão de Férias nº 12 (Ed. Globo, 1992)
Imagem tirada de "Cascão 50 Anos"
A MSP só apoia agora o politicamente correto, hoje seria inadmissível ter nas histórias crianças apanhando dos pais e ainda mais de chinelo, já que eles não apoiam violência. Isso é até falado na Coleção Histórica. Tem até uma capa do Pelezinho que ele aparece apanhando da mãe na bunda e eles falaram nos comentários q hoje nunca sairia uma capa igual a aquela. Até aceito nas histórias inéditas, mas mudar radicalmente a história em um almanaque é ridículo. E ainda mais em uma edição especial como essa.

Comparando a diferença nas imagens, ficou sem graça a cena da história mudada desse jeito. Eu adoro essa história, é até a melhor dentre as da Editora Abril desse livro, só que republicada desse jeito perdeu o sentido da história. O que é engraçado na cena é ver a mãe mostrando o chinelo para o Cascão, informando que ele vai apanhar se não lavar a louça. É o ponto forte da história e aí mudam do nada. Como os pais não podem bater nos filhos, a MSP vai e mudam o castigo dele de só ficar uma semana sem videogame. Na verdade, o Cascão que eu conheço não se sujeitaria a lavar louça para não ficar sem videogame. Ele nem é fã de jogos eletrônicos, gosta mesmo de futebol e de brinquedos velhos. 

E além disso ainda fico me perguntando: será que faz mal dar umas palmadinhas nas crianças quando elas desobedecem aos pais? É certo não bater quando elas fazem malcriação? É uma discussão séria. Independente disso, se é para mudarem que não republicassem então. Nesse "Cascão 50 Anos", das histórias da Abril só tem histórias de 1984, então se a história tem cena politicamente incorreta, podiam ter colocado outra história no lugar, de preferência de outro ano fora 1984, histórias boas iguais a essa que não faltam.  
Imagem original, tirada do Almanacão de Férias nº12 (Ed. Globo, 1992)
Imagem tirada de "Cascão 50 Anos"
Outra modificação que o livro teve foi na história "O segredo do Cascão" (CC # 60 - Ed. Abril, 1984). Nela, Cebolinha vai á casa do Cascão já que fica intrigado porque o Cascão não foi mais brincar com ele. Lá, cebolinha vê Cascão saindo escondido, resolve segui-lo até uma gruta subterrânea e descobre que ele se encontra com uma namorada secretamente. O que foi mudado na história, foi o pensamento do Cebolinha. Na revista original, ele pensava errado, e na republicação agora colocaram ele pensando certo. Na época ele trocava o "R" pelo "L" até quando pensava. Nos últimos anos, a MSP coloca ele falando certo quando pensa. É que quem tem dislalia como o Cebolinha pensa falando certo e não querem ensinar errado. Então agora toda vez que republicam histórias antigas do Cebolinha falando errado quando está pensando, eles mudam o balão.

Recentemente mesmo trocaram no Almanaque da Mônica nº 33 (Ed. Panini, 2012) na história "Deixe eu ler o seu pensamento?" (MN #32 - Ed. Globo, 1989). Na hora que ele pensa "xi... além de baixinha, 'golducha' e dentuça, a mônica tá 'pilada', também", na revista original de 1989 ele pensa trocando as letras e na republicação da Panini trocaram o texto com ele falando certo. Até nas Tiras Clássicas e nos pockets L&PM eles fazem isso.  Acho uma bobagem isso. O que custava preservar o texto original pelo menos agora em "Cascão 50 Anos"? Ainda mais que nessa história o Cebolinha fica a maior parte pensando. Só na Coleção Histórica que não mudam isso, mas sempre deixando claro nos comentários que nas histórias atuais ele pensa sem trocar as letras. Lamentável.

Imagem original, tirada do Almanaque do Cascão nº 24 (Globo, 1993)
Imagem tirada de "Cascão 50 Anos"
Na história "Reflexo Rápido" (CC# 81 - Ed. Globo, 1990) também houve mudança. Na parte que o garoto brincando de caubói estava com uma arma de brinquedo, eles mudaram ele segurando uma squeeze d'água em vez da arma. Ridículo. É que porque nas histórias atuais, os personagens, em hipótese nenhuma, não usam arma de fogo e nem as de brinquedo são permitidas. E aí nas republicações é tudo modificado e adaptado para os novos padrões do politicamente correto. E, claro, que por causa não teremos mais histórias inéditas e nem republicadas deles brincando de bangue-bangue ou situadas no velho oeste. Lamentável. 
Imagem original de Cascão nº 81 (Ed. Globo, 1990)
Imagem tirada de "Cascão 50 Anos"
E a outra mudança  foi na história "Gibis, pra que te quero" (CC# 78 - Ed. Globo, 1990). Nela, Cascão queria comprar uma bola nova, mas como os pais estavam sem dinheiro, resolve vender seus gibis velhos. Quando o cascão xinga "Droga!" na edição de 1990, eles mudaram agora pra "Puxa!". Mudou muito o sentido. Quando ele fala "Droga!" dá sentido de raiva que os pais não lhe deram dinheiro, e quando fala "Puxa!" dá um tom de lamentação. Além disso, não vejo problema de omitirem a palavra "Droga!", não vi nada demais. Não gostei!

E outra alteração menos importante diante disso tudo, mas para registrar que teve, aconteceu nessa mesma história. Na hora que uma menina pergunta qual o preço dos gibis, eles mudaram de 2 cruzados na original para 2 reais agora. Nas republicações antigas, eles não mudavam preço, mantinham cruzeiro, cruzado, e pelo jeito mudam nas republicações. Antigamente, só mudavam algumas vezes referências a anos, e, mesmo assim, mais nas histórias de Ano Novo, e agora mudam tudo sem mais nem menos.

Imagem original de Cascão nº 78 (Ed. Globo, 1990)
Imagem tirada de "Cascão 50 Anos"
Todas essas modificações acontecem também nos almanaques convencionais,e andam muito frequente isso, já que estão colocando histórias mais antigas. Será que vale a pena republicarem histórias antigas com todas essas adaptações. Eu acho que seria melhor então saber escolher melhor as histórias. Se a história não é politicamente correta para os padrões hoje que não republiquem e deixe apenas na Coleção Histórica. A história "Lava o prato, Lava" foi o pior caso que vi até agora.

Para finalizar a postagem, só constar que erraram na apresentação de capas que o Almanaque do Cascão nº 1 da Globo foi de março/1988. Na verdade o correto foi de março/1987. E de todas as histórias do livro, confirmo que a melhor história da edição foi mesmo a "Final Infeliz" (CC #83 - Ed. Globo, 1990). Originalmente não foi de abertura e curiosamente nem fala de banho, sujeira e afins. Nela, Cascão conta o final dos filmes e seriados para o Cebolinha e ele fica furioso. Sempre dou gargalhadas quando releio essa história. Muito legal. No geral, juntando com os comentários que eu já tinha feito aqui e todas essas mudanças que fizeram, "Cascão 50 Anos" foi uma decepção. "Bidu 50 Anos" o melhor até agora.

Ah, lembrando que as imagens da Editora Abril na postagem eu tirei dos almanaques da Editora Globo em que as histórias foram republicadas porque eu não tenho os originais da Ed. Abril, mas com certeza foram assim que foram publicadas, já que os almanaques da Globo seguiam fielmente o conteúdo das histórias, diferente os da Panini.
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